sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Alemanha: fazenda-santuário vegana pode deixar de existir por conta de uma nova estrada

17 Feb 2011


Da Alemanha, a ativista Janette Wood do grupo Vida Universal, co-irmão da Vanguarda Abolicionista, relata que uma rodovia será constuída bem no meio da Terra da Paz, fazenda vegana mantida pelo grupo. Animais silvestres e domésticos abrigados pelo local perderão seu refúgio. Solicita-se assinatura no formulário publicado em www.gabriele-stiftung.de – em Espanhol, ou em www.gabriele-stiftung.de/cms – em Inglês.

A primeira lista de assinaturas será entregue ainda esta semana. 

Fonte: www.vista-se.com.br

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A água que você não vê



Excelente infográfico do site Planeta Sustentável

reafirmando que os produtos de origem animal são 

nocivos ao planeta.







Arquivo Vegano – Uma extensa lista de produtos e empresas



Faz falta um lugar para saber se tal empresa ou produto são veganos, não faz? Há algum tempo existia o Sac Vegano que, por indisponibilidade de suas criadoras, deixou de existir. Mas, não tema! :) Agora existe o Arquivo Vegano, uma iniciativa do Rodrigo Azevedo e da Giulia, essa última, por sinal, fazia parte do Sac Vegano. Ainda falta um bocado para o Arquivo Vegano se tornar uma lista realmente extensa e seus idealizadores então resolveram abrir o jogo: precisam de você.

Confira o que o arquivo já tem www.arquivovegano.com.br

Eles precisam de pessoas dispostas a ajudar no projeto pesquisando e adicionando empresas e produtos. Se você se interessou pelo importante cargo, escreva para o Rodrigo

( rodrigo_4zevedo@hotmail.com )


Fonte: www.vista-se.com.br

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Frases de efeito para quem quer deixar de comer carne



As árvores absorvem os gases tóxicos do excesso de dióxido de carbono que liberamos na atmosfera, e os convertem em oxigênio respirável. As árvores são os nossos supremos rejuvenescedores: sem elas, a vida na Terra, como a conhecemos, não poderia existir. As árvores das florestas tropicais também proporcionam um ambiente para a maior diversidade de espécies de animais e insetos do mundo. Ao queimarmos nossas florestas tropicais, não apenas destruímos a vegetação que produz oxigênio e o ambiente em que os animais e plantas vivem, mas também liberamos enormes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera, e assim aceleramos o deletério efeito estufa.

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

Com toda a sua importância, por que as florestas tropicais são destruídas de uma forma tão inexorável? A resposta é uma simples questão de dor e prazer: o fator econômico. Consideráveis incentivos fiscais foram concedidos nesses países para que fazendeiros derrubem as florestas. É para abrir espaço para mais habitações? Claro que não. É para criar pastagens para o gado que será exportado como carne para os Estados Unidos. Os americanos importam dez por cento de sua carne da América do Sul e Central. A fim de atender a essa demanda, as florestas tropicais estão sendo eliminadas.

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

Cada vez que come um hambúrguer, isso representa a destruição de cinco metros quadrados de floresta tropical.

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

Você quer deter a destruição das florestas tropicais? Quer ajudar a restaurar o delicado equilíbrio de nosso ecossistema? Além de enviar seu apoio financeiro para organizações ecológicas, como a Greenpeace, a coisa mais importante que pode fazer é vincular dor a seus comportamentos pessoais que perpetuam o péssimo aproveitamento do planeta. Um passo, com toda certeza, seria reduzir ou eliminar o consumo de carne de hambúrguer. Um boicote deu certo com a indústria de atum, e pode dar certo aqui também. Não estamos falando apenas de dólares e centavos. O próprio planeta se acha em jogo. Saiba que as decisões que você toma sobre o que põe em seu prato ao jantar determinam, numa escala mínima, mas inegável, coisas como a quantidade de dióxido de carbono que é liberada em nossa atmosfera, e quantas espécies vegetais e animais morrerão a cada dia.

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

Vamos analisar o impacto de suas decisões dietéticas num nível local. Talvez você viva num estado americano, como eu, que experimenta uma intensa escassez de água. Na verdade, já se disse que no século XXI a água será o ouro do futuro, um dos nossos recursos mais valiosos e escassos. Como isso pode acontecer, num planeta que é predominantemente coberto por água? O motivo pode ser encontrado na administração incrivelmente medíocre desse recurso vital. Em termos específicos, o problema se relaciona com a indústria da carne. Pense no seguinte: a quantidade de água usada para criar um único bezerro é suficiente para fazer flutuar um contratorpedeiro americano! Na Califórnia, todos nos empenhamos com afinco para poupar água, com providências como não regar os gramados e instalar redutores de fluxo em vasos sanitários e chuveiros. Todas essas ações são importantes, mas você sabia que é preciso 19.394 litros de água para produzir meio quilo de carne? Isso significa que você pode poupar mais água por não comer carne do que poderia se deixar de tomar banho de chuveiro durante um ano inteiro.

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

Segundo David Fields, um economista de Cornell, e seu associado Robin Hur, "Cada dólar que os governos estaduais concedem aos criadores de gado, sob a forma de subsídios de irrigação, custa mais de sete dólares aos contribuintes em perdas salariais, aumento do custo de vida e receita empresarial reduzida". O que uma pessoa pode fazer para poupar mais água? A resposta me parece óbvia: cortar o consumo de carne.

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

O mesmo acre de terra que produz 120 quilos de carne de boi daria para produzir 20.000 quilos de batata - mais ou menos a diferença entre alimentar uma pessoa e 160 pessoas!

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

Se cada americano reduzisse o consumo de carne em apenas dez por cento, o número de pessoas que poderiam ser alimentadas, usando os recursos que seriam liberados da criação de gado, seria de 100 milhões. É comida suficiente para alimentar cada homem, mulher e criança famintos da Terra... e ainda ter um excedente.

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

Finalmente, um dos recursos naturais mais importantes que estamos esgotando em decorrência de nosso hábito de carne é o solo arável. A natureza precisa de 500 anos para criar dois centímetros e meio de solo arável, e no momento estamos perdendo isso a cada 16 anos! Há duzentos anos, os Estados Unidos tinham 54 centímetros de solo arável, e agora temos apenas 15 centímetros. A quantidade de perda de solo arável relacionada diretamente com a produção de carne é de 85 por cento. Sem um solo arável adequado, nossa cadeia alimentar desmorona, e com isso nossa capacidade de existir.

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

John Robbins afirma que essa batalha será vencida não no Congresso americano nem nas salas de diretoria, mas pelos indivíduos: "A pessoa que vai ao supermercado, pára no balcão de carne, e pega um filé com a etiqueta de preço de oito dólares por quilo, deve compreender que tem na mão uma ilusão muito dispendiosa. Por trás da pequena etiqueta de preço, escondem-se as florestas tropicais que foram derrubadas, o suprimento de alimentos e água de nossos filhos, o solo arável de nossos filhos, seu futuro meio ambiente. E temos de olhar para o filé e dizer: Isso custa demais. O verdadeiro poder está nas decisões que você toma no supermercado, nos restaurantes e em sua cozinha.”

Anthony Robbins do livro “Desperte o gigante interior”

As vacas vivas são uma vantagem econômica. É por demais claro que uma vaca viva fornece à sociedade mais alimento do que quando morta – sob a forma de fornecimento contínuo de leite, queijo, manteiga, iogurte e outros alimentos ricos em proteína.

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

Para se cultivar meio quilo de trigo é necessário apenas 27 litros de água, ao passo que a produção de meio quilo de carne requer entre 1.125 e 2.700 litros de água.

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

Na República de Platão, Sócrates, o grande filósofo grego, recomendava uma dieta vegetariana porque ela permitiria ao país usar de maneira mais inteligente seus recursos agrícolas.

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

Embora não se divulgue amplamente, os cereais, os feijões e o leite são uma fonte excelente de proteína de alta qualidade.

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

Não tenho dúvida de que a suspensão do consumo de animais faz parte integrante do destino da raça humana em seu aperfeiçoamento gradual.

Thoreau

Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de nossos desejos corpóreos.

Gandhi


Eu conhecia todos os argumentos fisiológicos, econômicos e ecológicos que apoiavam o vegetarianismo, mas foi a experiência, direta da crueldade do homem para com os animais que estabeleceu o verdadeiro alicerce de meu compromisso com o vegetarianismo.

Peter Burwash - campeão de tênis

Oh, queridos companheiros, não profaneis vossos corpos com alimentos pecaminosos. Nós temos milho, temos maçãs que curvam os galhos com seu peso e uvas crescendo nos vinhedos. Há ervas de sabor doce e legumes que podem ser cozidos e abrandados no fogo, nem se nos nega o leite ou o mel perfumado com menta. A terra proporciona um suprimento exuberante de riquezas, de alimentos inocentes e oferece-nos banquetes que não envolvem derramamento de sangue ou matança; somente as feras satisfazem sua fome com carne, mas nem todas elas, pois os cavalos, o gado e as ovelhas subsistem de grama.

Pitágoras

Certamente não são leões e lobos que comemos para defesa pessoal; pelo contrário, ignoramos estes e chacinamos criaturas dóceis e inofensivas, sem presas ou dentes para nos atacar. Por um pouco de carne tiramos-lhes o sol, a luz e a duração de suas vidas a que elas têm direito por seu nascimento e por sua existência. (...) Se afirmais ser naturalmente projetados para esta dieta, então primeiramente matai vós mesmos aquilo que desejais comer. Entretanto, fazei isto somente através de vossos próprios recursos, sem ajuda de cutelo, de um cacete ou de qualquer tipo de machado.

Plutarco

Da Vinci considerava os corpos de comedores de carne como sendo “locais de sepultamento”, sepulturas dos animais que eles comiam.

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

Qualquer que seja a minha prática, não tenho dúvida de que a suspensão do consumo de animais faça parte integrante do destino da raça humana em seu aperfeiçoamento gradual.

Henry David Thoreau

É necessário que se corrija o erro de que o vegetarianismo tenha nos tornado fracos de mente e passivos ou inertes de ação. Não considero a alimentação carnívora necessária em nenhuma etapa.

Ghandi

Certa vez, alguém perguntou à George Bernard Shaw (dramaturgo) por que ele parecia tão jovem. “Não, eu não pareço”, retrucou ele. “Aparento a idade que tenho. São as outras pessoas que parecem ser mais velhas do que são. Que pode você esperar de pessoas que comem cadáveres?

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

É incoerente o fato de orarmos a Deus por misericórdia e justiça, enquanto continuamos a comer a carne dos animais que são mortos por nossa própria causa.

Isaac Bashevis Singer - escritor, ganhador do prêmio Nobel

Vários filósofos e líderes religiosos tentaram convencer seus discípulos e seguidores de que os animais não passam de máquinas sem alma e sem sentimentos. Contudo, qualquer pessoa que tenha alguma vez convivido com um animal – seja ele um cachorro, um pássaro ou mesmo um rato – sabe que esta teoria é uma mentira deslavada, inventada para justificar a crueldade.

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

Eis que vos tenho dado toda a vegetação que dá semente que há na superfície de toda a Terra, e toda a árvore em que dá fruto e que dá semente. Sirva-vos isto de alimento.

Gênesis 1:29

E a todo animal selvático da Terra, e a toda criatura voadora do céu, e a tudo que se move sobre a Terra, em que há vida, tenho dado toda vegetação verde por alimento.

Em Gênesis 1:30

Mas a carne com sua vida – seu sangue – não deveis comer. E, além disso, exigirei de volta o sangue de vossas vidas; da mão de cada criatura vivente exigirei de volta.

Gênesis 9:4

Diz o Senhor: Já estou farto dos holocaustos de carneiro e da gordura de animais bem cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, de cordeiros e de cabritos. E quando estendeis as palmas de vossas mãos, desvio de vós os Meus olhos. Embora façais muitas orações, não escuto; as vossas próprias mãos se encheram de derramamento de sangue.

Isaías 1:5

Quem mata um boi é como o que mata um homem.

Isaías 66:3

Todos são criaturas de Deus, embora em diferentes corpos ou roupas. Deus é considerado o pai supremo. Um pai pode ter muitos filhos e alguns podem ser inteligentes e outros não muito inteligentes, mas, se um filho inteligente diz a seu pai: ‘Meu irmão não é muito inteligente; deixe-me matá-lo’, irá o pai concordar?... Analogamente, se Deus é o pai supremo, por que deveria Ele sancionar a matança dos animais que também são Seus filhos?

Srila Prabhupada do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

As pessoas que consideram que matar pessoalmente um animal seja algo muito horrendo, tendem a julgar que o simples comer a carne não as envolve em violência. Mas esta opinião é muito superficial e não encontra apoio em qualquer autoridade espiritual válida. De acordo com a lei do karma, todos aqueles que estão associados com a matança de um animal são merecedores de punição: quem permite a matança, quem mata, quem ajuda, quem compra a carne, quem cozinha a carne e quem a come. Em um tribunal de justiça todos aqueles que conspiram em um assassinato são considerados responsáveis, especialmente o grupo que contrata os serviços do assassino.

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

A matança insensível e brutal de inumeráveis animais indefesos deve ser considerada como um poderoso fator causal desta onda de incontrolável violência.
Nos seus significados do Srimad-Bhagavatam, Srila Prabhupada esclarece que a violência generalizada entre os seres humanos é uma reação kármica à matança de animais. Disse ele: 


 “Nesta era, a propensão à misericórdia é quase nula. Por conseguinte, existem sempre lutas e guerras entre homens e nações. Os homens não compreendem que, por matarem irrestritamente tantos animais, eles também terão que ser mortos como animais em grandes guerras. (...) No Ocidente, matadouros são mantidos sem restrição e, portanto, a cada cinco ou dez anos ocorre uma grande guerra na qual incontáveis pessoas são mortas de maneira até mais cruel que os animais. Às vezes, durante a guerra, os soldados mantêm seus inimigos em campos de concentração e matam-nos de forma muito cruel. Estas são reações provocadas pela matança irrestrita de animais em matadouros e pelos caçadores na floresta”.

Fundação Bhaktivedanta do livro “Gosto Superior – guia prático da alimentação vegetariana”

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Senciência nos animais?


08 Feb 2011
 
Por Fernanda Tripode


Fonte: Vista-se.com.br




Inicialmente importante sabermos o que significa “senciência”. Consiste em “a capacidade que um ser possui para sentir dor, medo, angústia, prazer e alegria”, sendo uma palavra que ainda não consta no dicionário formal da língua portuguesa, somente a palavra “senciente”,  definido como aquele “que sente”.

Ciência e a “Senciência nos animais”


A definição de “senciência” nos animais encontra grande “ceticismo” em alguns segmentos do âmbito científico.
Para a grande maioria dos cientistas, que particularmente rotulo de “céticos”, (com o devido respeito à outros entendimentos), considerar a vida emocional nos animais, exige considerável e incontestável prova científica.

Não houve prova o contrário, ou seja, declaração da “ não existência da senciência em animais”, mas, esse fato não é levado em consideração. Segundo um dos estudiosos da consciência animal, Donald Griffin, a grande maioria  entre a comunidade científica exige maiores evidências para aceitar os sentimentos nos animais, fato que não ocorre em outras áreas da ciência.

A razão desta exigência dá-se pelas experiências subjetivas serem assuntos privados, ou seja, que residam no cérebro de cada um, sendo inacessíveis aos outros. Esta conclusão torna o assunto restrito e conveniente aos “céticos cientistas”, ao afirmarem que jamais terão certeza dos sentimentos dos animais e, por este motivo, encerrarem a questão. Neste aspecto, interessante notar que numa análise dos estudos científicos, verificaremos que raramente temos um conhecimento por completo das questões envolvidas em qualquer assunto, sendo usado a predição em cada caso específico. A ciência pode fazer a predição com base na observação.

Aliás, perfeição no conhecimento é algo que pouquíssimos cientistas puderam oferecer. Na verdade, ao seguirmos essa linha de análise, devemos reconhecer que a senciência de outro ser humano também não pode ser provada cientificamente. O acesso à mente e aos sentimentos de outros indivíduos é limitado porque não podemos adentrar na esfera privada de um outro indivíduo, humano ou não humano, consequentemente “sentir o que esse ser sente”.

Mas, evidentemente, que essa limitação não nos impede de compreender ou pelo menos “tentar compreender”, o que um outro ser humano está sentindo, nem nos impede de utilizar essa informação para tomarmos decisões com respeito e ética ao agirmos.

A ciência tradicional cartesiana precisa evoluir da postura simplista de “não temos certeza, então não existe”.

Por outro lado, vários cientistas vêm compreendendo e dando ênfase sobre a questão da senciência animal. Estamos numa mudança, a transição para uma ciência mais repleta de valores e ciente de suas limitações já se iniciou, pelo menos no que diz respeito à ciência animal. As recentes descobertas têm alardeado debates à respeito da consciência animal que já vinha sendo discutido entre filósofos, psicólogos e outros cientistas. E caso seja reconhecido que os animais podem pensar, então a idéia de que a consciência é um atributo único dos humanos, um dos postulados básicos do ocidente desde o filósofo francês Renè Descartes – onde argumentava que animais não têm almas, logo não pensam e não sentem dor, sendo que os maus tratos não eram errados -  torna-se insustentável.

Senciência nos seres humanos e não humanos/animais

Nós seres humanos, somos sencientes, sentimos raiva, medo, felicidade, prazer, dor, dentre outros sentimentos. Possuímos sistema nervoso central, onde nossa mente capta informações que nos fazem reagir à todos os sentimentos mencionados. O mesmo ocorre com um ser não humano / animal, que possui o sistema nervoso central, tornando consciente de sua percepção sensorial, reagindo à todos os sentimentos provocados externamente.

A mente humana e não humana, interagem em seus mundos de acordo com suas naturezas.  A mente do ser humano usa da linguagem simbólica para interagir com o seu mundo, podendo ser diferente da mente de outras espécies, onde podem usar de forma diversa para interagir com seus próprios mundos e de acordo com suas comunidades de cada espécies. Torna-se impossível saber com precisão a forma usada, porém, é irrelevante, pois tanto os humanos quanto outras espécies não humanas/animais, são sencientes e capazes da consciência de sua percepção sensorial. Possuem interesses, inerentes à sua própria natureza, todos têm preferências, desejos ou vontades.

O pensamento humano e não humano/animal apresentam diferenças no modo de pensar sobre seus interesses, mas, não há dúvidas que têm iguais interesses básicos, sendo alguns deles: não “sentir” dor e de sofrer, o interesse de permanecerem vivos e junto de sua respectiva comunidade. São interesses inerentes às suas naturezas, ligados à própria senciência de seres humanos e não humanos/animais.

Mas… e as plantas ? Elas também sentem e sofrem!!!…


Como poderá ocorrer, algum leitor após essas breves análises sobre a senciência nos animais, consequentemente indagar: mas, e as plantas? E o Reino vegetal ?

Na verdade noto que raramente essa indagação é com o propósito de uma discussão e esclarecimento sobre a senciência nas plantas, mas sim, pelo fato de tentar abranger a senciência nas plantas (como se fosse possível) e concluir: se plantas e animais sentem, é correto que continue com a prática de sofrimento aos animais, ou seja, “ se não posso impedir que a planta sofra, portanto, não posso impedir que ninguém sofra, assim, estou com a consciência tranquila do meu entendimento de infligir sofrimento animal.”

Entendo que é mais uma desculpa e um álibe para continuar no ato reiterado de contribuir sofrimento animal: já que não posso impedir o sofrimento numa alface, então vou continuar matando porcos, galinhas, bois, peixes, cordeiros…

Por mais que essas diferenças sejam dotadas de lógica e bom senso, torna-se viável esclarecer alguns dos muitos aspectos que diferenciam seres humanos/não humanos-animais (reino animal) das plantas (reino vegetal):

Primeiramente, quando retiramos frutos, folhas, sementes dos vegetais, esses não morrem. Quando podamos uma planta, ela não morre. Obviamente que, caso retiremos a planta pela raíz ela morrerá, porém, não são capazes de sentir “dor”.

Plantas não são dotadas de sistema nervoso central, logo não possuem a senciência. Para serem capazes de sentir dor e sofrer, necessitariam possuir a senciência.

Plantas respondem à estímulos, diferentemente de possuir senciência, pois, inclusive organismos não-vivos como células e proteínas respondem à estímulos. (Quem nunca viu isso no microscópio naquelas aulas de laboratório do colégio ?)

Caso as plantas tenham algum tipo de sensibilidade, situação hipotética, ela seria muito diferente da senciência dos animais, inclusive essa questão é abordada nos estudos que tratam da sensibilidade das plantas. Podem ter mecanismos de defesa, atração, estratégias de dispersão de sementes ou mesmo captura de presas, porém, não experimentam dor ou sentimentos como os seres não humanos/animais e os humanos.

Mesmo com essas poucas, entre as muitas diferenças existentes, sempre terá alguém afirmando que as plantas não diferem dos animais, em relação aos sentimentos, porém, o único propósito com a afirmativa é confrontar e não dialogar, já que com o mínimo de bom senso, sem necessitar de inteligência, conseguimos compreender claramente a diferença entre os animais e as plantas. Afinal não é difícil compreender diferenças entre aparar uma grama / cortar um tomate e  cortar o pescoço de um cão, galinha, ou  de qualquer outro animal !

A subjetividade na senciência – Aplicação da ética e respeito

Para esclarecer melhor sobre a senciência e sua subjetividade tanto no ser humano, quanto nos animais, traço alguns exemplos:

Um ser humano ainda incapaz- bebê humano. Sabemos que é um ser senciente, assim, se fizermos algo à esse ser, mutilá-lo ou maltratá-lo de alguma forma, sabemos que “sente”, não pelo “choro” ou por se “debater”. Mas, compreenderemos que possa sentir a dor e o sofrimento, em razão de que possuimos a consciência para compreender que “bebês humanos” são seres sencientes e que por questão de respeito e ética, não devemos maltratar um ser possuidor de senciência. O ponto crucial de impedir o ato cruel à um bebê é o caráter moral desenvolvido no cérebro do ser humano, através da cultura na sociedade em que vive, praticando a ética e o respeito, cumprindo Leis que nasceram dessa cultura. Assim, estará ciente de que caso ultrapasse a linha do caráter moral, a ética e o respeito, valores basilares de uma sociedade, terá a devida punição. Desta forma, o ser humano não maltrata um bebê, por compreender o sofrimento diante o seu caráter moral desenvolvido, através de sua cultura, consequentemente agindo com ética e respeito e não “por sentir o que esse bebê humano sente”.

Caso o ser humano, totalmente capaz, também seja vitimado pela dor, ao cortá-lo, não saberei o que sente pelo fato de simplesmente afirmar que “sofre” e “que dói” , pois, é subjetivo, ele diz que “sente a dor”, mas, “eu não sinto”. Não posso adentrar a sua mente, mas, posso usar da predição, aplicar a ética e respeito, impedindo que esse ser sinta dor e sofra.  Assim, temos que a senciência é subjetiva, pois, não podemos dizer sobre o outro ser, somente sobre o nosso sentimento.

Caso algo me faça sentir “dor” e “sofrimento”, poderei medir o grau do sofrimento, se fizerem à um bezerro ou à um bebê humano, cortando-os, nestes casos, não poderei medir o grau de sentimento experimentados por eles, somente com relação ao meu próprio sentimento, com relação especificamente aos exemplos – bezerro e bebê humano, saberei que ambos estarão sofrendo, por serem seres sencientes, e ter na minha concepção de moral desenvolvida , e, aplicação da ética e respeito, que devo impedir os dois atos de sofrimento.

Diga-se que essa concepção moral desenvolvida, a maiorira dos seres humanos aplicam somente a sua própria espécie. A senciência de outros seres são deixadas de lado, não aplicando a ética e respeito, pois, o ser humano desenvolve a capacidade mental de compreender que os animais são de uso e exploração, e esse caráter moral desenvolvido passa por gerações.

E nesse aspecto que nasce um grupo formado por minorias de pessoas das mais diversas culturas, nacionalidades, crenças, religiões, onde compreendem claramente a senciência nos animais; possuem a concepção moral de não infligir dor e sofrimento também aos animais, estendendo a ética e o respeito para com seres de outras espécies, são os denominados “veganos”. (meu entendimento sobre “veganos”, uns entendem que veganos são aqueles que independente de moralidade, somente aplicam-se a ética e o respeito, particularmente entendo que o vegano desenvolve o caráter moral também com os animais).

Recentes pesquisas sobre a questão da senciência animal

Conforme recentes pesquisas científicas, os animais são considerados “seres sencientes”, ou seja, eles possuem a capacidade emocional para sentir dor, medo, prazer, alegria e estresse, além de terem memória e, até mesmo, saudades. Foi diante este princípio da senciência nos animais que a WSPA (World Society for the Protection of Animals), realizou um documentário através do filme “Animais, Seres Sencientes”, demonstrando que o conceito de senciência animal, se aplica a todos os animais vertebrados – mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes. Possuindo a capacidade da percepção de sentimentos como agonia, medo, dor, dentre outros.

O documentário teve a participação dos maiores especialistas em bem-estar animal do Brasil e do mundo. Eles comentaram, de maneira clara e didática, sobre os animais usados para consumo, entretenimento, produção de ovos e leites, selvagens, dentre outros tipos de explorações.

A omissão

Muitos, apesar de reconhecerem a existência da senciência nos animais e o quanto é errado o que ocorre à eles, preferem a omissão: “Não quero ver. Não gosto de ver isso. Nem me fale sobre isso. Não quero informação. Não quero saber, pois, vou sofrer. Eu não suporto crueldade com animais. Prefiro não saber, pois, gosto de churrasco”, “Já foi morto mesmo, então eu como”, dentre outros.
Mas, mesmo diante de todos os argumentos, as comprovações da senciência e de sofrimento que animais passam dia e noite,  continua-se no ato de contribuir para a exploração, uso e assassinato animal, puramente pela omissão. É mais fácil e cômodo. Está mais do que na hora de raciocinarmos sobre nossos atos com os seres não humanos/ animais, dotados de senciência e tomarmos uma atitude deixando a omissão e comodismo de lado.

Como sempre lemos e ouvimos: O silêncio generalizado sempre favorece ao opressor nunca a vítima.

Conclusão

Portanto, a senciência existe tanto em seres humanos, quanto em não humanos/animais, sendo que, cada um possui direitos e interesses inerentes de sua própria natureza, dentre eles: não sofrerem, não sentirem dor, medo e angústia; não morrerem, não serem explorados e maltratados; devendo estender a ética e o respeito, à todos esses seres possuidores de senciência, independentemente de espécie.

“O passado fugiu, o que esperas está ausente, mas o presente é teu”.

Provérbio árabe

Veja e pecuária vs. veg(etari)anismo e animais

 


Posted: 11 Feb 2011 
Fonte: www.vist-se.org.br
Por muitos motivos, sou daqueles que preferem queimar uma nota de dez reais a gastá-la comprando uma Veja, a revista que quer que você não veja. O motivo maior, ao lado do fato de ser um panfleto político-econômico da direita conservadora e ultracapitalista, é o seu famoso “jornalismo” manipulador vinculado a interesses político-econômicos privados, cujo modus operandi de indução dos leitores acríticos a opiniões conservadoras ou reacionárias é facilmente percebido em reportagens que falam de temas como governo petista, países opositores dos interesses dos EUA, movimentos sociais e, como falo aqui, pecuária, vegetarianismo e direitos animais.

Em quatro grandes momentos recentes pude reiterar minhas certezas sobre o grande “serviço” que a Veja faz aos animais não humanos e ao meio ambiente, pelo esforço de desacreditar o vegetarianismo como dieta saudável e salvar o negócio dos seus compadres pecuaristas e forrageiros latifundiários.

Primeiro, em junho de 2009, uma defesa opinativa, disfarçada de reportagem, da pecuária bovina contra as alegações da exploração animal e da periculosidade ambiental da bovinocultura, com destaque à expressão “Pura conversa para boi dormir” e às frases “Comer um bom bife é uma aspiração natural e cultural. Ou seja, nem que a vaca tussa a humanidade deixará de ser onívora”. Investiu-se na defesa apaixonada da “importância” da escravidão de bovinos, como se o ser humano fosse vitalmente dependente disso e existisse uma relação ecológica de mútua dependência entre o gado e os humanos – o que é mentira, já que escravidão e exploração não são algo concernente à Ecologia ou a qualquer relação biológica.

No primeiro quadro de apoio ao artigo pró-pecuarista travestido de matéria, uma “acusação” mal escrita que junta, sem coesão, a flatulência do boi como única contribuição bovinocultora às mudanças climáticas e a defesa da substituição da pecuária pela agricultura de alimentação humana. Isso ladeado por uma resposta que já não tem a ver com esses assuntos, mas sim com ocupação de solo – resposta que, aliás, não veio acompanhada de prova ou embasamento técnico, escorando-se na credibilidade magister dixit da revista.

Na página 92, uma lista enorme de produtos nos quais os restos corporais do ser bovino seriam essenciais. Uma tentativa perfeita de manter os leitores aprisionados na Caverna de Platão, se os veganos não já estivessem conscientes de que há substitutos vegetais, minerais ou sintéticos para compor todos os itens listados.

No segundo quadro, ligado ao consumo de água, mais incoerência. Tenta-se justificar o alto consumo de água pela pecuária bovinocultora com um reducionismo que “esquece” que a maior parte do gasto d’água sob responsabilidade da criação de gado é por causa da agricultura de forragem e do processamento frigorífico dos corpos dos animais, não porque bois bebem muito. Enfim, em ambas as caixas de texto, muita enrolação, poucas coerência e coesão.

Mais de um ano depois, me deparei com a falsa preocupação com as violências cometidas contra bichos, numa reportagem de setembro de 2010 que foi objeto de um outro artigo meu. Numa reportagem tipicamente bem-estarista, abordando apenas problemas que se pode “resolver” sem mexer com os interesses econômicos de quem ganha dinheiro com escravidão e morte, tenta-se “conscientizar” o leitor à “compaixão” para com os animais não humanos – uma “compaixão” que autoriza a pessoa a continuar indo a rodeios e vaquejadas (omitidos na matéria), consumindo sem culpa alimentos de origem animal e defendendo a tortura de roedores em laboratório.

Em seguida, uma verdadeira “trollagem” contra o vegetarianismo, ao afirmar, com dados questionáveis, que crianças não poderiam aderir a uma alimentação sem derivados de animais, o que foi competentemente refutado pela culinarista Renata Octaviani. Convido as pessoas a lerem o artigo dela para conhecerem os detalhes e o outro lado de mais uma manipulação da revista.

O mais recente foi o que me inspirou a fazer este texto: a edição especial com o tema “sustentabilidade”, de dezembro passado. A parte que fala do impacto ambiental positivo de certas medidas habituais pró-sustentáveis afirma sem pudor nem qualidade quando a atitude é abandonar o consumo de carne:

A rigor, não há motivo para colocar no mesmo prato a abstenção do consumo de carne (que é uma postura filosófica) e a adoção de hábitos sustentáveis – mas existe certa confusão popular entre as duas. É verdade que a pecuária responde por 17% [sic] das emissões de gases do efeito estufa e ocupam terras que teoricamente [sic] poderiam [sic] ser florestas – mas o mesmo se poderia dizer da agricultura. Ambos, a carne e os vegetais, são recursos renováveis domesticados pelo homem [sic] e fazem bem à saúde. “Alimentar-se só de vegetais pode causar doenças, como a anemia” [sic maiúsculo], diz Solange Saavedra, do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo.

Se considerar que outras providências que envolvem muito menos guinada de crenças e hábitos e mais simplicidade de atitude são descritas com boa qualidade e relativa riqueza de números e consequências (confira o scaneado aqui), a tentativa de defender o consumo de carne foi um buraco factual e qualitativo e um poço de enrolação.

E ainda julga o impacto do vegetarianismo como “baixo”, menor que o de urinar apenas no banho, por essa “justificativa” precariamente escrita.
Como não há outro artigo empenhado nessa tarefa, comento aqui cada parte da passagem:
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A rigor, não há motivo para colocar no mesmo prato a abstenção do consumo de carne (que é uma postura filosófica) e a adoção de hábitos sustentáveis – mas existe certa confusão popular entre as duas.
De primeira a Veja demonstra ignorância ao pensar que existe uma “confusão” segundo a qual o respeito aos animais estaria sendo confundido com a preocupação ambiental. Embora sejam motivos diferentes, não formam nenhuma confusão, porque se somam. A maioria dos vegetarianos que não o são só por saúde abandonou o consumo de carne pelos dois motivos, ainda que o ambientalismo seja muitas vezes um fundamento secundário e a ética animal, o principal. Uma causa não exclui a outra – pelo contrário, mesclam-se numa só consciência globalista e não antropocêntrica, de respeito à totalidade da natureza, que inclui seres humanos, animais domesticados e a parte silvestre do meio ambiente.

É verdade que a pecuária responde por 17% [sic] das emissões de gases do efeito estufa e ocupam terras que teoricamente [sic] poderiam [sic] ser florestas – mas o mesmo se poderia dizer da agricultura.
A revista diminui o fato de que a existência da pecuária implica pelo menos 18% (não 17%) da emissão de gases-estufa, evitando entrar em quaisquer detalhes, e tenta defendê-la dizendo que “o mesmo se poderia dizer da agricultura”, mas não mostra quantos porcento são emitidos pelas plantações destinadas diretamente à alimentação humana.

Sem falar que ignora que parte considerável da produção mundial de soja e milho, o que inclui milhões de hectares roubados de ecossistemas brasileiros, é dedicada a alimentar animais “de corte”, desde bovinos até frangos.

Quando consideramos que a pecuária consome grande parte dos frutos da agricultura de alimentação, tomando para si a responsabilidade por uma considerável parcela dos impactos ambientais desta; que a atividade agrícola ainda tem que dedicar boa parte de sua área, separando-a da produção alimentícia, a objetivos não alimentares – biocombustíveis, fibras têxteis etc. – e que os impactos da pecuária somam os efeitos direitos da criação de animais e os indiretos advindos da cultura de forragem, torna-se absurdo equiparar o peso ambiental da agricultura de consumo alimentar humano ao da pecuária. (Compreenda melhor essa distribuição de responsabilidades no gráfico abaixo.)


E ainda insinua que quase um milhão de quilômetros quadrados que eram parte da Floresta Amazônica, enorme porção do Cerrado e uma grande parcela da Mata Atlântica original, destruídos para pastagens, “teoricamente (sic) poderiam (sic) ser florestas”, ou seja, não eram vegetação, mas “teoricamente poderiam ser”. Não estaria comprovado que houve (e há) desmatamento para a expansão de pastos. A lógica da Veja é: essas áreas poderiam ter sido florestais sim, mas por que não poderiam, ao invés, ter sido antigas áreas de deserto ou campos gramíneos naturais prontos para receber milhões de animais de rebanho?

Ambos, a carne e os vegetais, são recursos renováveis domesticados pelo homem [sic] e fazem bem à saúde.

No âmbito ambiental, não importa se a carne, vermelha ou branca, faz bem à saúde ou não, mas sim que esse “bem” custa muito caro ao meio ambiente, podendo uma refeição sem carne prover os mesmos benefícios – e muito menos malefícios, conforme a revista odiaria admitir – com impacto muito menor.
E pergunto onde algo ser um “recurso renovável domesticado” entra na história das discussões sobre sustentabilidade, o que tem a ver uma coisa com a outra. Porque a Veja não explicou essa suposta relação.

“Alimentar-se só de vegetais pode causar doenças, como a anemia” [sic maiúsculo], diz Solange Saavedra, do Conselho Regional de Nutricionistas de São Paulo.

A Veja se põe como um obstáculo, ainda que usando argumentos mal fundamentados, à difusão do vegetarianismo na população, por assustar as pessoas menos informadas propagando velhos e surrados mitos, aquelas antigas falsas ameaças relacionadas a anemia, carência de proteínas, falta de cálcio etc. E a forma como expõe tais mentiras é precária e falaciosa, se baseando em apelos à autoridade. Tudo o que sustenta a “veracidade” do mito da anemia vegetariana é a posição de autoridade da citada, nenhum dado estatístico ou estudo científico. Uma abordagem infantil, alienante e até mal-intencionada de um assunto sério que ainda causa receio e preocupação em vegetarianos iniciantes e pais de vegetarianos menores de idade.

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Com essas quatro amostras, percebemos que o “jornalismo” de opiniões travestidas de reportagens da Veja é não só interesseiro como também mal-intencionado, por se esforçar em manter o prestígio e a demanda consumidora de um sistema – e seus barões – que vive e lucra por explorar e assassinar anualmente bilhões de animais, através da militância panfletária a favor do consumo a olhos vendados. Em outras palavras, ostenta a má intenção de favorecer aliados econômicos em detrimento da vida, da liberdade e da integridade física de seres que, mesmo dotados de senciência e interessados em viver em liberdade e continuar vivos, são tratados como coisas sob propriedade de alguém.

A revista esbanja má fé ao tentar obrigar as pessoas a comer carne e comprar produtos de origem animal, exaltando a pecuária como uma divindade que mantivesse a humanidade viva, erguendo muros para impedir que os leitores fujam para o veganismo e proferindo ameaças mentirosas de adoecimento a quem discorda do seu ditame onivorista. Sua manipulação busca manter o leitor acrítico preso na caverna platônica do consumo aético e sem consciência, submisso aos Grandes Irmãos pecuaristas, aquietado e controlado pelo medo da “subnutrição vegetariana” e acorrentado pela crença na inexistência de produtos veganos.

É desonesta ao, com esse fim, utilizar argumentos falaciosos, mentiras e mitos cujas refutações são ignoradas e omitidas em seus artigos-matéria e ocultar o outro lado – nutricionistas especialistas em vegetarianismo, artigos científicos que argumentam em favor da saúde vegetariana, ativistas veganos etc. E é qualitativamente ruim ao incidir em falhas primárias de coesão que mesmo um adolescente do final do Ensino Fundamental saberia evitar.

Junto à Globo, é um dos mais importantes opositores do veganismo e do reconhecimento dos Direitos Animais no Brasil e os maiores exaltadores a nível nacional das atividades econômicas e/ou culturais que implicam escravidão, violência, sofrimento e morte contra bichos.

Criticar a Veja é como chamar o diabo de mau ou dizer que a Lua é redonda, mas ainda hoje se faz muito necessário, para orientar os leitores de menos senso crítico que a revista que leem comete muitos erros e leviandades. Para lhes mostrar que existe um outro lado, uma outra realidade possível, que a revista e os latifundiários – incluindo pecuaristas e plantadores de grãos de alimentação animal – não querem que conheçam.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

“Por que temos que comer os animais?” Música para fazer pensar

Música e clipe financiados pela organização vegana  www.ohwhyohwhy.org


A OhWhyOhWhy.org é uma organização sem fins lucrativos dedicada à divulgação do vegetarianismo através de recursos multimédia.





Veja a letra traduzida abaixo.

Why must we eat the Animals? (OhWhyOhWhhy.org)

The Yogis they teach us Ahimsa
Os yogues nos ensinam Ahimsa

Non-violence, to be happy and free,
A não-violência, para ser feliz e livre,

For all the beings of this world
Para todos os seres deste mundo

The animals the plants and humanity.
Os animais, as plantas e a humanidade.

Sweet fruit in abundance and vegetation
Doces frutas em abundância e a vegetação

The gifts of our Mother Earth
Os presentes da nossa Mãe Terra

The Garden of Eden is ours for cultivation
O Jardim do Éden é nosso para o cultivo

Our human right from birth!
Nosso direito humano desde o nascimento!

So tell me why must we eat the Animals?
Então me diga por que temos que comer os animais?

Oh Why? Oh Why?
Oh por quê? Oh por quê?

The shrimp decorate their underwater caves
O camarão decora suas cavernas subaquáticas

And the mighty buffalo roam
E o poderoso búfalo vagueia

The cows want to love their babies young
As vacas querem amar seus filhotes

The birds nest in trees for home
O ninho dos pássaros nas árvores para o repouso

The clown fish you see them mate in pairs
Os peixes palhaços, você os vê em pares

And the dolphin – they speak like me
E os golfinhos falam como eu

The whales have global communication
As baleias têm uma comunicação global

Intelligence is all I see!
Inteligencia é tudo que eu vejo!

So tell me why must we eat the Animals?
Oh me diga porque devemos comer os animais?

Oh Why? Oh Why?
Oh por quê? Oh por quê?

Endless slaughter, dark, and painful lives
Chacina infinita, obscuridade, e vidas dolorosas

…most the animals know
a maioria dos animais sabe

We are the shepherds of this Earth
Somos os pastores da Terra

It’s up to us to nurture and grow
Cabe a nós cuidar e fazer crescer

So why have we forgotten our heritage?
Então, por que não devemos esquecer o nosso património?

Why is Babylon blind to see?
Por que a Babilônia é cego para ver?

That we’re all the children of this world
Que somos todos filhos deste mundo

And animals are in our family
E os animais estão em nossa família

So tell me why must we eat the Animals?
Oh me diga porque devemos comer os animais?

Oh Why? Oh Why?
Oh por quê? Oh por quê?

Aristotle and Buddha and Einstein
Aristóteles, Buda e Einstein

Abraham Lincoln and Mahatma Gandhi,
Abraham Lincoln e Mahatma Gandhi,

The Rastas the Jains and the Hindus
Os Rastas, os jainistas e os hindus

They say that vegetarian is healthy
Eles dizem que vegetarianismo é saudável

It’s the solution for Global Warming
É a solução para o aquecimento global

And the planet’s prosperity
E a prosperidade do planeta

So tell me why must we eat the Animals?
Então me diga por que temos que comer os animais?

There is no reason that I can see….
Não há razão para que eu possa ver ….

Oh tell me why must we eat the Animals?
Oh me diga porque devemos comer os animais?

Oh Why? Oh Why?
Oh por quê? Oh por quê?